Natural de Nova Trento/SC, Dilvo Vicente Tirloni é formado em História/UFSC e Administração/ESAG/UDESC, pós-graduado na Fundação Getúlio Vargas/SP (1971/72). Foi professor primário, secundário e universitário, Técnico do BRDE, participou da fundação do antigo CEAG/SC, hoje, SEBRAE. Foi presidente da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF). Foi Conselheiro do Sapiens Park; do Conselho Municipal do Meio Ambiente e do Conselho Municipal do Saneamento Básico/Fpolis. Autor de livros.
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A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), uma das instituições de ensino superior mais respeitadas do Brasil, vive hoje uma contradição profunda. Fundada sobre os pilares do conhecimento, da excelência acadêmica e do serviço público, a universidade vê-se parcialmente tomada por um ambiente ideológico que se distancia da pluralidade e da racionalidade acadêmica.
Ao longo das últimas décadas, cresceu dentro da UFSC um campo progressista radicalizado, que não apenas defende pautas como diversidade, inclusão e justiça social, mas frequentemente as impõe como dogmas, silenciando vozes dissonantes. Movimentos indentitários – como o feminismo militante, o ativismo LGBTQIA+ e o ambientalismo ideologizado – passaram de temas de debate para trincheiras ideológicas. A liberdade acadêmica, valor essencial à universidade, cede espaço à patrulha ideológica e ao cancelamento de opiniões divergentes.
A isso soma-se um quadro de deterioração física e desrespeito institucional. A UFSC, que abriga mais de 41 mil estudantes e possui uma estrutura ampla e admirável, sofre com pichações, vandalismo, destruição de equipamentos, e abandono de espaços comuns. Prédios históricos e salas de aula são alvos constantes de depredação. Isso não é expressão política – é destruição gratuita, muitas vezes naturalizada ou até romantizada por setores internos.
O que se vê, portanto, é o esvaziamento do verdadeiro papel da universidade, formar cidadãos críticos, tecnicamente preparados e eticamente comprometidos. A UFSC é maior do que seus extremos. Ela não pode ser refém de agendas político-ideológicas, nem do descaso com o patrimônio público.
É urgente resgatar o espírito de excelência, liberdade responsável e respeito mútuo que fizeram da UFSC uma referência nacional. Defender a universidade é condenar, com veemência, a degeneração de sua estrutura – tanto física quanto intelectual. Que a UFSC volte a ser o que sempre foi: um espaço de saber, e não de imposição.
Fato Relevante:
Substituição do nome do Campus (2025) – é inacreditável que o atual reitor, ex-esagueano e UFSC, que vivenciou a história, se preste a um papel subalterno de forças retrógradas que querem mudar o curso da história, alterando o nome do campus – ex –reitor João David Ferreira Lima. O Professor Ferreira Lima, tem uma história brilhante com a UFSC, é seu fundador, um homem íntegro, sua história se confunde com a história da UFSC.
Segurança no Campus (2023 -Em 2023, a segurança no campus de Florianópolis tornou-se tema de debate no Conselho Universitário da UFSC. Foram registradas mais de 60 ocorrências de furto, incluindo 40 de bicicletas e 20 de patrimônio. Além disso, houve casos de roubo, sequestro-relâmpago e injúria racial. A comunidade acadêmica cobrou soluções emergenciais para os problemas de segurança.