Ernesto São Thiago é advogado atuante em Direito da Orla
e consultor em desenvolvimento náutico.
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Em vídeo publicado nesta terça-feira, 4 de março, o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto destacou os excelentes resultados das obras de engordamento das praias. Realizadas com areia de granulometria e cor semelhantes às originais, as intervenções ampliaram a faixa de areia, reforçando a proteção costeira e beneficiando tanto o turismo quanto o meio ambiente. O sucesso do projeto contou com a expertise do oceanógrafo Rafael Bonanata, fundador e diretor da OCP – Engenharia Oceânica, Costeira & Portuária. Formado em Oceanografia pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e mestre em Engenharia de Costas e Portos pela Universidade de Cantabria, na Espanha, ele possui ampla experiência em projetos de modelagem costeira e proteção do litoral.
Para Ernesto São Thiago, advogado especializado em Direito da Orla, consultor em desenvolvimento náutico e diretor-fundador da Destino Náutico Consultoria, nos Estados Unidos, especialmente na Flórida, práticas como essa são reconhecidas como recuperação ambiental, restaurando habitats e aumentando a resiliência costeira. “Em Florianópolis, o bom resultado foi o mesmo. Intervenções desse porte são fundamentais para a sustentabilidade do litoral e o desenvolvimento econômico responsável”, ressaltou o advogado. Ele lembra, porém, que essas obras precisam ser permanentemente monitoradas para identificar eventuais perdas de material e preparar a reposição em tempo hábil, evitando a necessidade de refazer toda a obra. Também é essencial que o licenciamento ambiental da restauração seja simplificado, assim como ocorre na recuperação de hidrovias, cujo processo é menos complexo do que o de aprofundamento dessas vias.
Além disso, garantir a fixação da obra com a recuperação da vegetação de restinga, o plantio de espécies como a aveia-do-mar, prática comum nos Estados Unidos, e a formação contínua das dunas frontais é indispensável para sua durabilidade. Medidas como essas preservam o elevado investimento realizado.
No entanto, estudos indicam que, para cada dólar investido na recuperação ambiental das praias, há um retorno de 25 dólares na economia, seja pela prevenção da perda do movimento turístico — afinal, sem praias não há turismo no litoral —, seja pela valorização imobiliária das áreas próximas ao mar.
Dessa forma, os recursos públicos investidos retornam com o aumento da arrecadação tributária e a manutenção da atividade econômica local. Além das circunstâncias macroeconômicas favoráveis, a engorda das praias contribuiu diretamente para o expressivo aumento do número de turistas em Florianópolis, incluindo um fluxo crescente de visitantes estrangeiros. Agora, ao constatar a ampla faixa de areia e desfrutar de um lazer muito mais confortável, esses turistas certamente se tornarão embaixadores das boas condições das praias da cidade, promovendo Florianópolis no exterior e fortalecendo ainda mais sua posição como um dos principais destinos turísticos do Brasil.
“É evidente que o terrorismo ambiental contrário a essas obras se revelou um discurso ideológico e político-eleitoral vazio, sem qualquer base científica. A realidade mostrou exatamente o oposto do que previam os alarmistas: praias revitalizadas, maior conforto aos banhistas, valorização imobiliária e um turismo ainda mais aquecido, inclusive com a ampliação do fluxo de turistas estrangeiros. O resultado está aí, visível a todos, e comprova que o investimento na recuperação ambiental da orla é um caminho necessário e benéfico para Florianópolis”, concluiu Ernesto São Thiago.
Agora, além de manter as praias com uma ótima faixa de areia, é fundamental incrementar os investimentos em fiscalização e na ampliação do sistema de coleta e tratamento de esgoto. Somente assim será possível garantir que nenhuma delas volte a apresentar trechos impróprios para banho, assegurando a qualidade ambiental e a reputação de Florianópolis como um destino turístico de excelência.
