EDUCAÇÃO BÁSICA EM COLAPSO – O FUTURO DO BRASIL EM JOGO

Dilvo Tirloni – EDUCAÇÃO BÁSICA EM COLAPSO – O FUTURO DO BRASIL EM JOGO

Cidade Dilvo Tirloni Educação Opinião

Natural de Nova Trento/SC, Dilvo Vicente Tirloni é formado em História/UFSC e Administração/ESAG/UDESC, pós-graduado na Fundação Getúlio Vargas/SP (1971/72). Foi professor primário, secundário e universitário, Técnico do BRDE, participou da fundação do antigo CEAG/SC, hoje, SEBRAE. Foi presidente da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF). Foi Conselheiro do Sapiens Park; do Conselho Municipal do Meio Ambiente e do Conselho Municipal do Saneamento Básico/Fpolis. Autor de livros.
“As opiniões expressas neste artigo/coluna são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem necessariamente o ponto de vista deste veículo.”

No dia 13 de março de 2025, no Hotel Majestic, a sociedade florianopolitana, sob a liderança do movimento Floripa Amanhã, debateu com o Secretário Municipal da Educação a gravidade do cenário educacional da capital. O quadro revelado foi alarmante: 82% dos alunos que concluem o 9º ano do ensino fundamental não possuem sequer o conhecimento básico em Matemática. Um índice que beira a calamidade pública. E se esse é o retrato da matemática, é seguro presumir que outras áreas essenciais, como a Língua Portuguesa — base para toda leitura e compreensão de mundo —, também estejam em colapso.

As medidas anunciadas foram vagas. O jornal ND destacou sete ações apresentadas pela Secretaria, mas sua extensão e impacto não foram claramente explicados. Faltam metas mensuráveis, prazos, investimentos definidos e critérios de responsabilização.

A educação básica é a pedra angular do desenvolvimento de qualquer nação. Sem ela, não há cidadania plena, nem progresso econômico ou justiça social. No Brasil, e especialmente nos municípios — onde está a obrigação constitucional de garantir a educação infantil e o ensino fundamental —, essa base precisa ser fortalecida com gestão eficiente, foco em resultados e prioridade absoluta.

É urgente que o município adote uma gestão pedagógica rigorosa. Isso passa pela execução eficaz do Plano Anual de Instalações Físicas, pelo investimento real em equipamentos pedagógicos, pela oferta de merenda e transporte escolar dignos, pela atenção ao contra fluxo escolar, e sobretudo, pela formação continuada dos professores.

Projeto Político-Pedagógico (PPP) precisa valorizar o método fônico e práticas tradicionais que devolvam ao professor o protagonismo e a autoridade, afastando-se de pedagogias ideológicas, como o método Paulo Freire, que privilegiam o discurso em detrimento da aprendizagem concreta.

A reversão desse desastre exige ousadia: 60% da carga horária escolar deve ser destinada ao ensino intensivo de Português e Matemática, disciplinas estruturantes para o desenvolvimento intelectual. Os 40% restantes devem contemplar as demais áreas do conhecimento.

Sem uma guinada urgente e corajosa, Florianópolis e o Brasil seguirão aprisionados no círculo vicioso da ignorância e da desigualdade. A escola precisa voltar a ensinar — com disciplina, método e conteúdo. É disso que depende o nosso futuro.

Informação Relevante

China – Os alunos do ensino fundamental aprendem chinês, matemática, inglês. Finlândia, Coreia do Sul, Singapura, Japão, o ensino fundamental é baseado na lingua local, inglês, matemática, além da permanência de 10 a 12 horas na escola.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *