Dilvo Tirloni - FLORIPA SUSTENTA A CASAN – MAS A QUE PREÇO?

Dilvo Tirloni – FLORIPA SUSTENTA A CASAN – MAS A QUE PREÇO?

Dilvo Tirloni Opinião

Natural de Nova Trento/SC, Dilvo Vicente Tirloni é formado em História/UFSC e Administração/ESAG/UDESC, pós-graduado na Fundação Getúlio Vargas/SP (1971/72). Foi professor primário, secundário e universitário, Técnico do BRDE, participou da fundação do antigo CEAG/SC, hoje, SEBRAE. Foi presidente da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF). Foi Conselheiro do Sapiens Park; do Conselho Municipal do Meio Ambiente e do Conselho Municipal do Saneamento Básico/Fpolis. Autor de livros.
“As opiniões expressas neste artigo/coluna são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem necessariamente o ponto de vista deste veículo.”

Falar de competência na gestão pública é essencial, especialmente quando se trata da CASAN. A companhia reúne valores como ética, inovação, foco no cliente e sustentabilidade. No papel, parece promissora. Mas na prática, a ausência de recursos para investimentos deixa evidente o abismo entre os valores institucionais e os resultados entregues.

A CASAN é uma gigante do saneamento em Santa Catarina, presente em 194 municípios e atendendo 2,8 milhões de pessoas. Seu faturamento impressiona: R$ 1,95 bilhão ao ano. Mas metade disso vem apenas da microrregião da Grande Florianópolis – e Florianópolis sozinha responde por quase 50% desse total. Ou seja, é a capital que sustenta a estrutura da empresa, pagando a conta mais alta: o custo por m³ com esgoto na faixa 03 já chega a R$ 37,76, o mais caro da Região Sul.

Apesar disso, a cidade continua afogada em esgoto. A promessa de investimentos bilionários prevista no contrato de programa com o município – estimado em R$ 1,5 bilhão em 2015 e corrigido para quase R$ 4 bilhões em 2025 – virou letra morta. O Governo do Estado, controlador da empresa, deixou de aportar qualquer capital por uma década inteira (2014-2024), comprometendo a capacidade de expansão e qualificação dos serviços prestados.

Enquanto isso, a CASAN opera com recursos próprios mínimos e recorre ao mercado para se financiar, acumulando uma dívida que já ultrapassa R$ 3,16 bilhões – com juros cada vez mais impagáveis. O lucro anual de R$ 243 milhões não compensa o peso dessa dívida, nem permite investimentos à altura da demanda.

Fica claro: Floripa leva a CASAN nas costas. E mesmo assim, recebe de volta um sistema saturado, caro e ineficiente. Valor institucional sem ação concreta é apenas retórica. Competência exige entrega – e, acima de tudo, responsabilidade com quem mais contribui.

INFORMAÇÃO RELEVANTE

Dos 3,16 bilhões de dívidas, 50%, 1,58 bilhão, quem vai pagar a conta é a Microrregião com destaque para Floripa. Sucede que estes recursos são aplicados em outras regiões do Estado. Chapecó, neste momento, esta em pé de guerra com a CASAN, acham que contribuem muito e recebem pouco. O mesmo filme de Floripa. SURPREENDE QUE NOSSAS LIDERANÇAS POLÍTICAS, ACEITEM ESTA POSIÇÃO PASSIVA DA CIDADE. As soluções existem e atendem tanto a CASAN quanto a Cidade e Região.

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