Raul Sartori, é natural de Nova Trento/SC. Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
atua como jornalista profissional desde 1977. Trabalhou no jornal “O Estado”, de Florianópolis.
Paralelamente foi correspondente em Santa Catarina dos jornais “O Estado de S. Paulo”,
“Jornal do Brasil” e “Folha de S. Paulo” e da revista “Istoé”. Atuou na área pública como assessor de comunicação do
governo do Estado. Atualmente é editor do Jornal “O Trentino” (http://www.otrentino.com.br), distribuído na região de Nova Trento/SC.
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Divisionismo
Ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal na gestão Bolsonaro, Silvinei Vasques, que agora mora em SC, provoca o governador Jorginho Mello em vídeo que mandou para o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD-SC), que lança hoje sua pré-candidatura a governador. A provocação está em uma frase: “SC precisa de um governador que pense e trabalhe para o Estado como um todo, e não apenas para uma região”.
Força policial
Proposta de emenda à Constituição de SC, do deputado Napoleão Bernardes (PSD) reconhece formalmente as guardas municipais como forças policiais. Assim, conforme decisão do STF, podem fazer policiamento ostensivo e comunitário, agir diante de condutas lesivas a pessoas, bens e serviços e, inclusive, realizar prisões em flagrante.
Aplauso
O Plenário da Assembleia Legislativa aprovou quarta-feira um requerimento de aplauso que reconhece a importância e homenageia os 30 anos de fundação do Jornal “A Gazeta”, de São Bento do Sul. Atualmente é o quarto maior diário de SC. Dá espaço, há anos, aos escritos deste colunista. Parabéns.
Racismo
Ontem, 21, Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, o Observatório para o Enfrentamento ao Racismo em SC, criado no ano passado e integrado por 20 entidades parceiras, apresentou ontem sua programação para este ano. Destacam-se o desenvolvimento de um fluxo para as vítimas denunciarem crimes de racismo, e instaurar procedimento administrativo para implementação e ampliação de cotas étnico-raciais na Universidade do Estado (Udesc).
Saúde judicializada
Judicialização da saúde ou banalização da saúde? A resposta a esta pergunta pairou no ar, sem uma conclusão, no seminário “O Direito e a Saúde”, que durante dois dias reuniu magistrados, médicos, gestores de saúde, representantes de órgãos reguladores e pesquisadores, em Florianópolis. A questão é grave: em SC foram registrados 854 mil processos judiciais referentes à saúde em 2024, um número impressionante, que é 12% a mais que 2023. O poder público destinou R$ 830 milhões apenas para cumprir decisões judiciais, dos quais R$ 713 milhões exclusivamente para medicamentos.
Saúde judicializada 2
O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Luiz Eduardo Cherem, que foi secretário estadual da Saúde, resumiu a questão: “A judicialização é perversa com o orçamento público quando prioriza o atendimento individual frente ao coletivo; é perversa quando humilha o ser humano ao ter que usar esse instrumento para conseguir se sentir cidadão; e é perversa quando obriga o juiz a decidir às cegas”. Absolutamente verdadeiro.
Libido solta
A Justiça do Trabalho de SC registrou 770 novos processos envolvendo assédio sexual entre 2020 e 2024. Somente em 2024 o número de ações protocoladas cresceu 24,3%, passando de 185 para 230. O foro de Joinville liderou as estatísticas, com 22 registros, seguido por Florianópolis e Itajaí, ambos com 21. Em contrapartida, as Varas do Trabalho de Fraiburgo e Mafra foram as únicas que não registraram ações judiciais com esse assunto em 2024.
Senado sendo Senado
A aprovação secreta e acelerada no Senado do projeto que libera os restos a pagar do orçamento secreto, no valor de R$ 4,6 bilhões, é mais um feito para o currículo do recém eleito presidente da instituição, o espaçoso Davi Alcolumbre (União-AP). A proposta foi incluída na pauta de surpresa, sem sequer constar no sistema da Casa. Seu autor, que liberou essa verba, foi do estridente líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (PT), coincidentemente do mesmo Amapá de Alcolumbre. E maior coincidência ainda, foi o Estado mais beneficiado e que leva uma fatia de R$ 515 milhões. Dos 81 senadores, 69 votaram e 66 foram favoráveis à proposta. E SC?
Explique-se, Lewandowski
A Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou requerimento de convite ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para explicar a repentina suspensão dos acordos de cooperação técnica entre a Policia Rodoviária Federal com as forças integradas de combate ao crime organizado (Gaecos), sob coordenação dos Ministérios Públicos Estaduais. Em SC, a suspensão causou perplexidade.
Estarrecedor
De estarrecer o que se decidiu anteontem no Congresso Nacional, na votação do Orçamento da União: o valor destinado às famigeradas emendas parlamentares para este ano – R$ 50,4 bilhões – é maior do que a verba de 32 dos 38 ministérios. Dá para imaginar o quanto daquela fortuna vai chegar onde deveria.